MINHA RUA
Minha rua inóspita…
Raiva!?…Passou!
Crianças já jogam mesmo na terra batida
Carro passou e o jogo continuou...
Noite chegou,
A mesma escuridão de sempre,
No vaivém da bola, irrompem-se olhares
inquietantes como sonhos no casebre
Chuva parou, alegria voltou!
Lama são de lagrimas;
De quem sorri revoltado;
Com a sinfonia maldita do gerador...
Árvores farfalham ao vento
Jovens procuram luando para namorar
Quando de mansinho chegar o luar
Nos becos dos musseques sem alento
Galo voltou a cantar...
Todas as manhãs - santas
Acorda sonhos estagnados na vida
Sem chuva, rua desperta sem reclamar
Benguela, 23 de Maio de 2015.