Não deixe morrer o poeta
Um drama, que o coração não quer versar,
Mas o medo, vem apavora, quase a sufocar;
Essa alma implora, não abandone o poetar,
Tudo tem beleza, os poemas em seu bailar...
Dançam, embalados por tuas mãos perfeitas,
Que sabe, que a musa que um dia foi eleita;
Por teu coração, tem a beleza que se ajeita,
A cada nova estrofe, a poesia livre, tu, enfeita...
Mas se deixares ir o poeta, morre a tua musa,
Chora de tristeza a poesia, pelo vazio que usa;
E no inverno que logo chega, mesmo de blusa,
Passará frio. Ouça tua alma, ela não te acusa...
Mas te chama, com todo carinho: Vem pra casa!
Acende as luzes, está escuro, não prende as asas,
Não ande pelas ruas solitárias, voe, ave tão rara;
Brilhe, nasceu para brilhar, feito a joia mais cara.