COLHEITA
Ninguém o queria,
Eu mais que depressa quis.
Ninguém nem o notava,
e eu com os olhos o devorava.
Alguém parava pra saudá-lo,
Eu, com ciúme afastava.
Vi que era difícil o conquistar
Pensei na maneira de achegar.
Com uma flor? Um taco de doce?
Um naco de pão ou um aperto de mão?
Enquanto refletia, analisava a situação,
Para um carro a sua frente,
Estendem-lhe as mãos e o levam.
Perdi minha oportunidade,
De plantar em um coraçãozinho,
Um pouquinho de felicidade
Partilhando carinho e amizade.
Cheguei a uma conclusão.
Semear solidariedade,
não precisa discussão,
Basta entender que,
pra dividirmos o que temos,
É só somar ou multiplicar,
e espalhar emoção.
E então com um simples gesto
poderia ter mudado uma história
e uma chance de longevidade
colocaria em ação.