Amor de matemática
Há de ser sido falso
como o ator
do anfiteatro na sala de estar,
ou o poeta
que mistura as linhas.
Há de ter sido tão falso
quanto o pintor da agonia azul,
ou o bailarino
do girar sorriso exausto.
Soa tão falso adorar o amor,
mas valeu a pena.
Amor de matemática:
foram dois sorrisos para cada lágrima;
foram dois orgasmos pra cada tristeza;
foram duas verdades pra cada eu te amo.
E se a lágrima desce sempre aos pares,
então são dois sorrisos pra cada duas lágrimas.
Mesmo assim valeu a pena.
Vou continuar olhando os olhos,
uma hora acende.