Permita-se

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Permita-se

Vem do céu o azul dos teus olhos.

Da terra, o desejo de descortinar o teu véu.

Vem dos laços o bailar dos teus cabelos.

Dos meus desejos, o sonho do abraço.

Vem de ti o aroma suave da boca.

De mim, o espanto fruto do toque.

Vêm do Escultor supremo todas as tuas curvas.

De mim, a curiosidade do bandeirante.

Sai de ti a necessidade das descobertas.

Em mim, afloram as incansáveis buscas.

Sai de ti um descobrir-se iminente.

Em mim, a imanência do reconhecimento.

Dos seres surgem os vazios.

Nos seres, a completude que preenche.

As ondas existem, voluntariosas,

graças ao balanço que causam...

Vem da Lua toda a atração;

saem dos poetas a inspiração...

A essência do verso,

a força do verbo,

o toque poético...

Somente se processam

na dualidade do medo

e do espantar-se com a vida.

Permita-se!

Nijair Araújo Pinto

Crato-CE, 11 de maio de 2015.

14h48min

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Nijair Araújo Pinto
Enviado por Nijair Araújo Pinto em 11/05/2015
Reeditado em 20/10/2015
Código do texto: T5238190
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