Ontem, hoje

  No passado hospedei tristeza
  Num terreno fértil de desilusões
  Não sabia nem acariciar meu cão
  Que me acompanhava em meu caminho escuro

  Abracei-me a mim mesma, impondo-me misericórdia
  Lembrei-me, no entanto, que não podemos  presos aos sonhos ficar...
  E transformar-nos em falsos viventes
  Que não sabem colocar os pés na realidade

 Desenhei muitos deles em minha mente
 Alguns transformaram-se em realidade
 Outros enfraqueceram, não sobreviveram
 E me tiraram da fantasia

  Frágil, desiludida, desolada
  Procurei uma saída
  Para um lugar onde fui feliz, um dia

  Hoje hospedo alegrias
  Curto o tempo sem pressa, sem nostalgia
  Tolero tolices até dos inúteis
  Tenho pena daqueles que não sabem amar

  Pena dos que não sabem enxergar a beleza
  Das flores, do mar calmo ou revolto
  Do céu claro ou escuro
  Do vento que carrega lembranças

  Tenho pena daqueles
  Que não sabem acordar o tempo
  Para viver o despertar de cada dia

   

 

         

 
Vilma Tavares
Enviado por Vilma Tavares em 26/04/2015
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