O pulo do gato
Essa solitude que me deixa farto,
Da quentura dum escuro deserto;
Condão mágico que apesar de hirto,
Não passa de molenga, frágil, torto,
Viro o seu balde, nesse doído surto...
Digo, devaneio com parceria da dama,
E o devaneio é mui forte quando rema;
Pega o faz de contas e vai para cima,
Quase, às rédeas, da realidade toma,
se, arrosta os fatos a pra anseios ruma...
Aí, se suporto o peso nem sempre calo,
Eis a poesia disfarçada de duro martelo;
Afinal, a diatribe que, agridoce compilo,
É o contraponto para essa falta de colo,
Gato acuado usando seu reservado pulo...
Vindo a gata, acaba o múltiplo blá blá blá,
estando feliz que importa o nhém nhém?
Abriremos o espumante de prazer, tim tim,
Depois e meu colo a gata fará seu non ron,
Nos bastaremos, pois, alheios ao zum zum...