QUEIMADA INERME
Na existência do próprio ser,
Realizando um longo percurso,
Ondulante como as ondas do mar,
Ordenando o horror da fuga
Com uma fixidez quase noturna,
Capaz de ir acima do além,
Para sentir os gemidos dos galhos,
No meio do cerrado triste,
Após uma queimada inerme,
Em que o sonho era sereno,
Mas se desfez em apenas um olhar.
A nudez despida de quase tudo.
O nada ausente em extinção
Mergulhando em pleno ímpeto
Da mais perfeita união
Dos elos perdidos
No meio da imensidão,
Quase tudo flutua
Naquela face translúcida de emoção.
• Poesia publicada em 1999 no livro: “Êxtase de Dor”.
• Abraços a todos que visitam meu canto no Recanto. Que Deus ilumine cada passo de todos vocês!
• Aires José Pereira