ENTRE O VERÃO E O OUTONO
Num dia outonal em que as folhas amarelecidas
Pelo entristecer do tempo, enfraquecidas,
Se precipitaram no chão,
Triste recordação.
Acabara o verão, o sol cedo desapareceu no céu,
Fiquei com as minhas recordações apenas eu,
Os dias quentes e estivais
Passaram a outonais.
A natureza se transformou com a força do tempo,
Que controla a vida terrena e humana,
É da sua vontade que emana,
O bom e o mau senso.
As aves debandaram à procura do seu ambiente,
Migram para outro clima mais quente,
Não se dão com o tempo molhado
Do outono orvalhado.
Ficam vazios os bancos dos jardins, sem sombra,
É o arvoredo que seca e com o vento tomba,
Enchendo o chão de folhas
Desprendidas e soltas.
Desprendido e solto fico também eu, muito sozinho,
Perdido no tempo e no caminho,
Fico com a minha poesia,
Minha fiel companhia.
Ruy Serrano - 19.04.2015