DEIXEI DE SER PEÃO
Esta dor pungente que eu sinto,
É como se fosse um punhal
Cravado no meu coração,
Sem qualquer apelação.
Sem escrúpulos e de maldade
Tu me traíste, certo dia,
Em que muito chovia,
Lágrimas de saudade.
Insensível e em ar de diversão,
Fizeste de mim um boneco,
Que puseste a girar
Como um peão.
Cansei-me de rodar, sem parar,
Para te divertires comigo,
Mandaste-me voltear,
Para meu castigo.
Outras brincadeiras se seguiram,
Sempre para te divertires,
Nunca me deixaste,
Até partires.
Deixei-me de brincar, levo a sério
Tudo o que me acontece,
Jamais me apetece,
Ser peão eterno.
Ruy Serrano - 16.04.2015