Potro verde

Estive ocupado pra falar o que sinto, penso,

Mas, não o bastante para não pensar em ti;

O tempo que te dedico é mui vasto, imenso,

Tanto, que de outros cuidados me dispenso,

Enquanto rememoro os mais lindos olhos que vi...

Mas, a cor da esperança minha está no brilho,

Posto que a janelas, também flamam verdes;

Essa bela herança que legastes para o teu filho,

instiga ao potro esperança que às vezes encilho,

e no riacho dos devaneios sacio-lhe sua sede...

assim, cada sábado solito me acossa certo quê,

que o coração bem sabe, e a razão não ignora;

ainda distantes da mesa da ceia o pão e o patê;

mas, meu ombro que sempre foi vazio de você,

nunca foi solicito e dócil como está ele agora...

tanto que às vezes penso em pegar a estrada,

pretexto pra te ver; repenso e espero, contudo;

há tempo e circunstância para propósitos, cada,

no tempo certo direi, que sei não ser quase nada,

mas, que disso que sou, você pode pegar tudo...