Anacrônico
Nessa arte de matar um leão por dia
Dizem que da guerra o deus é Marte;
Não que o labor seja assim, uma poesia,
Mas, à faina marcial também chamam, arte...
Digo, no ato de dar sangue, vestir a camisa,
Trabalhador sem bandeira, trabalho procura;
De suor a insígnia, bravata sequer precisa,
Ainda resta uma janelinha para a ternura....
Sim, ardem contíguas essas diversas tochas,
Uma parte voando, a outra, segue a passo;
O corpo mecânico devagar parte as rochas,
A alma carente sonha em partir pro abraço...
Nessa incerteza de sentimentos ainda ignotos,
Ah, como quisera saber um tanto, o que sentes;
Geração selfie que prescinde do outro pra fotos,
anacrônico sonho, com o mirar das suas lentes...
melhor ângulo seria o foco de teu desejo, destarte,
hipócrita seria se dissesse que anseio por menos;
em suma, mesmo batendo continência pra Marte,
a Enterprise do meu amor excursiona até Vênus....