Quando
Quando
Quando o desencanto te fizer curvado,
Sem coragem, sem força nos abrolhos
E as pálpebras cerradas
Esconderem o brilho que brilhou nos olhos,
Para, pensa descansa...
Já está cegando a Esperança
Com seus olhos verdes da cor do mar.
É uma jovem sorridente
Que entra em tua casa assim
Tão de repente
E traz motivos pra sonhar.
Semeia em solo preparado
Sementes de luz brilhando como o sol
Quando entra nas frestas abertas do telhado.
Quando o poeta estiver sozinho
Sem inspiração, sem rumo, sem alento
E o vendaval apagou a lâmpada no rumor do vento,
Levanta, desencosta dessa mesa
Joga fora esta tristeza
Escuta o que a poesia vai te falar:
“Canta outra vez, poeta, canta,
Que cantar é teu destino, é tua sina...
Se tua voz emudecer, o mundo fica menor
E a vida pequenina.
Fala com tua voz bem compassada
Que o mundo é todo encantado,
A vida, um lindo conto de fada,
Porque o poeta nasceu pra cantar e sonhar
Mesmo na mais dura agonia
Canta, poeta... canta o sonho, canta a fantasia.