voo noturno
O fio fraco se desprendeu
Mergulhou no espaço frio
E o negro manchou o véu
Em asas de coruja sem pio
Na noite de lua cheia, riu
Do pesadelo de cores frias
De falas mansas que ouviu
Num mundo sem poesia
Chorou como de tristeza
Num misto de loucura
E até de alguma certeza
Descobriu no verso a cura
Emprestou as asas e voou
Viu novos mundos e cores
E com sorriso então regou
Os velhos e cruéis dissabores.