AMENAS ÁGUAS

Calmas águas.

Calmos olhos a fitar as águas.

Lentamente lágrimas deslizam destes olhos.

É a tristeza que chega.

As lembranças.

De um dia de pesca.

De um dia de promessas.

De um que o tempo guardou.

Amenas águas.

Serena este meu coração cansado.

Deixa enterrado o passado.

Sob tuas águas, lago, dorme o monstro do lago.

E ele não despertará.

Ou um dia acordará e tudo agitará?

Fito um pássaro num vôo rasante e sonho.

De novo sonho que estou na ponta do arco-íris.

Posso caminhar por ele.

Algo vem me acarinhar.

É o vento.

Suave, leve.

As águas se mantém serenas.

Me levanto.

Ando.

Ouço um canto.

Sou eu a cantar.

Nem percebi.

Só agora sinto as notas no ar.

Com a natureza consigo me integrar.

Quando me perco, consigo me achar.

Saio a caminhar...

Tanto a me esperar.

SONIA DELSIN
Enviado por SONIA DELSIN em 05/06/2007
Reeditado em 05/04/2011
Código do texto: T514461
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.