O Dever de Sonhar
Meu sonho é
que a noite, cheia de sonhos,
não se acabe
com o amanhecer.
Quero escrever,
na madrugada,
poemas de amor
transparentes,
simples,
sinceros,
para renovar a esperança,
desejar o melhor,
lutar pelo melhor.
Quero continuar,
em permanente sonho,
em nome da alegria,
da felicidade,
da certeza de amar,
cada vez mais,
a vida,
a quem me dá vida,
a quem adorna minha vida,
a quem me ampara na lida,
para eu levar a vida
em renovada sintonia,
em corajosa harmonia.
Sonho com um amanhecer
que traga
chuva de verão
para fortalecer
a seiva da vida;
que traga
o arco-íris
para selar a emoção
para manter viva
a gratuidade
da admiração
diante do Criador
da natureza querida.
Sonho com o desejo
de ouvir
uma suave canção,
um acalento
para o coração
agradecido;
sonho com o crepúsculo,
sagrado momento
de oração,
de contemplação,
momento de beleza,
de pacificação,
de mistério.
Sonho com invenção
de palavras
ardentes como o Sol
que nasce todos os dias,
que traz vida,
cor, luz, calor,
que faz brotar
inconfundível paz,
a paz no coração,
no espírito,
no homem inteiro,
livre e guerreiro,
em busca do bem.
Sonho com um amanhecer,
que possa cavar
a terra fértil
e nela plantar,
com força e vigor,
poesia, doçura, amor,
respeito, lucidez.
Sonho com a alegria,
ou com a utopia
de não lamentar
que a vida querida
tão bem sonhada
não foi bem vivida.