Eu, poeta.

Eu quero sim, ser poeta

E com palavras certas

Recriar o meu viver.

Garimpar as palavras

Ganhar novas estradas

Nova(mente) nascer.

Eu quero sim, ser poeta

E como novo atleta

Competir e vencer.

Enfrentar a própria vida

Numa luta aguerrida

Tentar sobreviver.

Eu quero sim, ser poeta

E numa bicicleta

O mais longe chegar.

É bem árdua missão

E com as próprias mãos

Meu legado deixar.

Eu quero sim, ser poeta

Com a porta entreaberta

Romper o meu destino.

Através deste verso

Agora lhe confesso

Este meu desatino.

Eu quero sim, ser poeta

Na loucura concreta

Nesta louca porfia.

Encantar com meu canto

Derramar os meus prantos

Fazer noite, ser dia.

Eu quero sim, ser poeta

E agora só me resta

O meu canto florir.

Embalando teu sono

Numa noite de outono

Te fazendo dormir.

Eu quero sim, ser poeta

Esta é a coisa certa

A quem vaga no mundo.

Os mil encargos postos

E nesta hora eu gosto

De ser um vagabundo.

Eu quero sim, ser poeta

Pra fazer uma festa

De minhas agonias.

Descarregar meu peito

Procurando um perfeito

Jogo de melodia.

Eu quero sim, ser poeta

Numa missão secreta

A todos enganar.

Fazer estripulia

De noite, ou de dia

Para o mundo salvar.

Mesmo sendo eu um poeta

Uma coisa bem certa

Que ninguém desconfia.

É que o poeta persiste

Mas quem mesmo resiste

Ao tempo, é a poesia.

Pedro Barros.

Barros Nasimento
Enviado por Barros Nasimento em 10/01/2015
Código do texto: T5097017
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