ODE À MÃE-ESPERANÇA
“Pelo Ano Novo 2015”
Como vão longe os tempos da prosperidade,
Os tempos benfazejos das recordações,
Os tempos de harmonia em qualquer idade
Que davam garantia ao corpo e às emoções…
Como vão longe os tempos da feliz saúde,
Os tempos disponíveis da preservação
Dos valores sociais repletos de virtude
Que, mesmo em sua ausência, estariam de regresso
À história de um país na ordem e no progresso.
Tempos profícuos de saudável crescimento,
De casa até à escola, da escola até à vida
Num sorrir juvenil de familiar alento
E num modelo de estrutura renascida.
Vão longe os tempos, mas persiste a sementeira
Daqueles grãos que se espera hão-de renascer
Humedecidos no suor e na canseira
E que serão colhidos sãos e em abastança
Reforçando na alma da gente a esperança.
Sim, Esperança, tornada âncora e essência
Como uma bússola segura e pertinaz
Que fará do social tecido a resistência
Tal qual a luz que ilumina e satisfaz.
Sim, Esperança, que resulte em fresca fonte
Que salve todo o povo do jugo repelente
Ampliando a confiança num largo horizonte
Promissor de um dourado sol resplandecente
Que faça restaurar o Sonho plenamente.
Sim, a Esperança! Mãe de todos os sonhares
Que habitam, lá no fundo, em cada ser humano
Fazendo dos corações tabernáculos e altares,
E que há mister de reviver de ano em ano.
Mãe-Esperança, que és donzela e que és mulher,
E que conheces porventura a vil fraqueza,
Vem até nós na forma que mais t´ aprouver
E traz a claridade e a mais justa firmeza
Àquelas ânsias que da Vida são nobreza!
Frassino Machado
In ODISSEIA DA ALMA