VIDA

Sentada num banco qualquer

de agradável lugar,

sob um céu estonteantemente azul,

observo a magia da vida

através das folhas

amareladas pelo tempo,

libertas, agora, do ramo que as prendia.

E, ao beijar do vento,

tais folhas principiam

uma dança

sob o áspero solo...

Rodopiam, rodopiam e,

por fim,

espalham-se por todo o pátio que,

dourado de sol,

torna-se-lhes um palco iluminado...

Secas folhas,

folhas mortas

e, no entanto,

tão mais vivas e belas

do que nunca!

Simplesmente porque um sopro,

doce como beijo,

as fez renascer

para um bailar sem fim.

Quem diria!

O novo, o eterno viver

que não se vê,

mas se pressente,

a permitir-se, em detalhes,

ser visto através de folhas,

já não mais mortas,

já não mais folhas...