A EXISTÊNCIA EM FRÁGEIS RENDAS

Às vezes contemplo jardins que não posso ter.

E a solidão me abraça como companheira amada,

Fazendo-me desfalecer em sonhos que não posso ver,

E o meu coração se perde em um abstrar de decepção.

Observo agora a aridez da vida, que me faz

Seguir caminhos a procura de dias sem dores,

Sobrevivendo, tentando fugir da agonia

Na esperança de um dia plantar minhas próprias flores.

Na pertubação da penumbra da existência,

Tento viver dias sem amar e me vejo

Semelhante ao vazio de ser cego de nascença.

Continuarei vivendo de recordações que atenuam as feridas,

Tecendo a minha existência em frágeis rendas,

Esperando, assim, encontrar a felicidade da vida.

Vicente Mércio
Enviado por Vicente Mércio em 11/12/2014
Código do texto: T5066172
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