A EXISTÊNCIA EM FRÁGEIS RENDAS
Às vezes contemplo jardins que não posso ter.
E a solidão me abraça como companheira amada,
Fazendo-me desfalecer em sonhos que não posso ver,
E o meu coração se perde em um abstrar de decepção.
Observo agora a aridez da vida, que me faz
Seguir caminhos a procura de dias sem dores,
Sobrevivendo, tentando fugir da agonia
Na esperança de um dia plantar minhas próprias flores.
Na pertubação da penumbra da existência,
Tento viver dias sem amar e me vejo
Semelhante ao vazio de ser cego de nascença.
Continuarei vivendo de recordações que atenuam as feridas,
Tecendo a minha existência em frágeis rendas,
Esperando, assim, encontrar a felicidade da vida.