SECA



A voz emudeceu,
A garganta secou,
O pássaro definhou,
O canto cessou.
Folhas murchas caem,
Espalham-se pelo chão...
O chão ressequido racha...
Ai, que dantesca visão!
Era tudo tão viçoso...
Campinas tão verdejantes,
Água fresca escorregando,
Nas pedras belas e frias...
Agora o limbo, a seca!
A estiagem sem fim...
Morre o gado, morre a ave,
Morrem plantações sem fim!
Morre o grito na garganta...
Cessa o cantar do imbu.
Nem galos cacarejando,
Nem cães alegres ladrando...
Nem mais meninos brincando,
Nas águas do rio claro...
Seca na cidade a espera.
Seca a vida no sertão.
Seca a fé do homem na terra...
Seca o choro de emoção.
Mas, persiste a esperança.
Num Deus que não tardará.
Restaurará o seu povo
E tudo novo será!
♥♥♥♥♥

“Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado;
Todavia eu me alegrarei no Senhor; exultarei no Deus da minha salvação.”


Habacuque 3:17-18
 
 
Este Exercício Criativo, publicado em 01/12/2014, reuniu os escritores abaixo em torno do tema "Seca", proposto pela Nena. Não houve determinação de gênero, nem limite no tamanho dos textos.

http://encantodasletras.50webs.com/seca.htm
 
INEZTEVES
Enviado por INEZTEVES em 01/12/2014
Código do texto: T5054822
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