A VOZ
A VOZ
É preciso escutar a voz que grita
E clama num deserto sombrio e triste
E de repente, parte no escuro, sem destino
seguindo apenas o desatino.
E aos lábios, sedenta, eleva seu sussurro:
é talvez a voz lacrimejante do vento
soprando aos ouvidos dos insensatos
pela entreaberta e úmida escuridão das coisas.
E se desperta dos sonhos ilusórios
Quase sem força canta para os imperfeitos
a canção do amor eterno.
Como se encontrasse finalmente as raízes
Que antes abandonada, na infância perdida
Ora se prende num leve sopro de esperança