A prece
se a mente fosse como virtual papel,
digo, pensamento tivesse Control Del,
e a gente apagasse o que quisesse;
capaz de ocultar sonhos proscritos,
os feios, os neutros ou, os bonitos
enfim, zerar tudo, digo, se pudesse...
tenho cá comigo que não apagaria,
mesmo que fosse franca a alforria,
que soltasse dos feitores de estresse...
cada tropeço tem um quê de professor,
ademais prefiro a dor de perdido amor,
pois, com adubo da dor o poeta cresce...
não desejo ser um assassino de poesia,
o vazio emotivo também é dor, vazia,
e vácuo do amor é uma dor que aquece...
esperar o utópico, sei, é fantasia criança,
mas, é mui real o apoio da esperança,
mesmo quando realidade não acontece...
e quantas vezes, sob a batuta de Cronos,
reis são depostos dos seus ricos tronos,
e a um pobre esquecido o fado enriquece?
o campo do sentir não tem lugar pra ateus,
pois, amor desejado, no fundo, é um deus,
e os suspiros de esperança, a devida prece...