DE NOVO NO JARDIM
                           Poema de 23 de janeiro de 2012
 

 
 
Observo da janela a menina convalescente
firmes os passos e o canto, de novo no jardim.
O Sol os banha de luz, as árvores com seus verdes.
Assim venham a ser meus passos e o canto meu.
 
 
O jardim me percorre sombras gentis, arrepios de prazer.
Não sei como se chama o pássaro e o canto que alegra a manhã.
Caminho colhendo os recados das folhas, que me caem nas mãos,
segredos para quem passe, para quem os queira colher.
 

Aguardo o tempo... aguardo-me no tempo...
pelas  ruas que ainda não são caminhos... ruas-prelúdio...
fragmentos que caem... que envolvem... que me vão  recompondo.
Ainda é manhã e a menina convalescente olha-me à janela
 
 
e nos reconhecemos, espada fendendo o ar
desde o cume das cabeças signos de ouro que nos redesenham
no ápice do dia, canto vindo de raízes.
Prossegue o círculo dos passos no centro do jardim.