MUITO A VIVER
ANDO COM UM TREM
AGARRADO NA GARGANTA.
TALVEZ SEJA ANGÚSTIA,
QUIÇÁ MEDO,
DESSE LADO SOLITÁRIO DA RUA
EM QUE MORA A RIMA EM SEGREDO.
SOLTO A PENA NO PAPEL
EM QUE O VERSO VOA LIVRE,
ESCAPANDO DO SILÊNCIO DO DEGREDO.
FOCO NUM RAIO DE SOL,
NUMA PÉTALA DESPEDAÇADA,
NUM PEQUENO INSETO ALÇANDO VOO.
FOCO EM PEQUENINOS DETALHES
PORQUE A VIDA É BASTANTE ABSOLUTA.
E MINHAS PALAVRAS NÃO SEJAM SUFICIENTEMENTE OUVIDAS.
ANDO SÓ PELO LADO ESCURO DA RUA,
ONDE NEM MINHA SOMBRA DIVISO.
ANDO EM DÓ
NA CIRANDA DO DIA.
PERCORRO A ESCALA DAS NOTAS
ENQUANTO SOL E LUA
BRINCAM DE ME PERCORRER.
ANDO SÓ PELA VIDA
COM TANTO DE MUITO A VIVER...