Fato novo
Que há, se o fato novo,
Resolver sair do ovo,
Romper a casca,
Tirando lasca
Surgir à Luz?
E daí se a louca vida
Agora esclarecida,
Ousar quebrar tudo,
Abdicar do escudo
E trocar de cruz?
Se anseio instiga
O frio na barriga,
Cutuca o bicho
a trocar o nicho,
o abrigo?
E voltar as costas
A outras propostas;
Sair de casa
Apagar a brasa
Comigo?
Que assim seja
Eis a bandeja;
em minha mão,
com o coração,
venha.
Invento carinhos,
pra ti novinhos;
começo o jogo
reservo a teu fogo
a lenha...
que tal fato novo
espante ao povo;
caindo o queixo,
ao ver o seixo
luzindo...
nada e ninguém,
com isso algo tem;
eis meu espólio
você e teus olhos,
lindos...