Dimensões

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Tem dias que a saudade me consome.

Noites,

em que a vontade de estar perto me maltrata...

O sonho é tão real que vira, deveras, sonho.

Por que a irrealidade tem aparência de contato?

Sinto cada milímetro do teu inconsumível corpo:

adimensional,

na dimensão humana;

bidimensional,

em razão das minhas pulsações;

tridimensional,

do tamanho da minha busca...

E enesimal,

em relação às vidas que já te amei.

Tem dias em que a verdade parece mentira.

A ausência é tão real que sinto vozes...

Elas sussurram em minha pele,

confidenciando segredos apenas nossos.

Não sabia que usava pijama do seu pai para dormir!

Listras brancas e azuis verticais – Seriam assim?

Indicariam caminhos? Ou labirintos?

Sim, caminhos por onde me perderia,

certamente.

Trilhas pontuais, eivadas de pecado.

Lembrei-me da maçã mordida, sem o contato...

Sentiu vontade de salgar a mordida, mordiscando-se?

Droga! Caiu...

Delícia! Adorei a posição!

Quanta gravidade existe na gravidade de Newton.

Por isso, sem delongas, vista-se...

Serve assim mesmo,

rasgando o pijama do seu pai!

Iguatu/CE, 25 de setembro de 2014.

23h08min

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Nijair Araújo Pinto
Enviado por Nijair Araújo Pinto em 25/09/2014
Código do texto: T4976437
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