A escolha
Não havia mais o que dizer
Fosse um anjo onipresente
Um brilhante vidente
Um ET vindo do futuro
Que, obviamente, já conhecesse o presente
Não havia mais o que falar
Já que as sensibilidades que sobraram das ondas pragmáticas
Sucumbem nos silêncios forçados
Nas masmorras da decepção
Em seus guetos de consolação
Não havia mais como abordar
Todos os ângulos haviam sido boicotados
Pelos prismas majoritários
Pelo poder minoritário
Pela ilusão dos proletários
Não havia mais em quem votar
Já que os concorrentes representam apenas interesses obscuros
Sonhos impraticáveis
Numa espécie de Politiburo
De banqueiros, construtoras e cem bancadas entrincheiradas detrás de muros
Não havia mais presente
Não havia mais futuro
Apenas a esperança do triunfo do improvável
Do acaso de uma utopia confortável
Que guiaria a mão automática da obrigação, do inevitável...