FIM
FIM
-Conquistando o Paraíso-
Pisada de arrasto lento
comprida de poeira
e ele não sabe quando partiu
e quando chega ignora.
De olhar fixo todo de brilho
em rosto esquálido e murcho
enxerga o imaginário espaço
de onde um dia saíra
Leva o chicote riscado nas costas
nos braços e no rosto que deforma,
tem as roupas rasgadas, quase nu,
como se estivesse de novo nascendo,
não mais do ventre materno,
nascendo de si, em morte diária,
no espaço onde ele chora.
Vai. Vai e não sabe
quando é sol, quando é chuva,
impulsionado por força estranha ...
Um brilho indefinido de cor
corta o espaço em luz forte,
tem suavidade de orquestra,
tem música de um novo nascer.
Mergulha em choro no indescritível
no espaço iluminado do Ser.
Fzd. Parati 25.08.2014