No interior do interior
No interior tudo deveria ser mais calmo
Caverna, onde mora o dragão
Onde mora o grito contido
O silêncio alarmante
Sino preste a badalar
Mas parece que a hora da missa nunca chega
No interior de mim (de nós)tudo deveria ser mais claro
Jóia rara exposta na galeria
Um museu de coisas novas
Arte moderna, contemporânea
Sol sempre nascente
Todo interior deveria ter a sua relação exterior
O guardado muitas vezes se perde
Entregue às traças
Cheiro de mofo
O existido inexistente, preponderante
Olhos abertos, meninas dos olhos
Há um muro
Uma tampa do foço
Pedra sobre o papel
Um véu de noiva a espera de ser levantado
Para que aconteça um beijo abençoado
No fundo do mar habitam muitas belezas