Reconciliação
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Teu silêncio silencia meu viver.
Quando grito e te faço chorar,
meu coração sangra,
hipovolêmico.
Por que acreditas tanto no adeus?
Não estamos separados...
O meu corpo está em ti;
e o teu lindo corpo está no meu.
Não deixaremos marcas.
Somos as próprias demarcações.
No meu corpo trago,
indeléveis,
as ranhuras da tua alma que amei.
Sangro.
Tu também sangras?
Quero vampirizar tua textura...
Cortar teu corte e,
na fervura,
embeber-me da tua volitização.
Amo.
Tu também amas?
Quero eternizar meu sentimento...
Cortar minha angústia e,
do tormento,
ter singela e distante recordação.
Duvido!
Sei que também duvidas.
Deveria devorar tuas incertezas...
Ceifar tuas fugas e,
dando gargalhadas,
revelar nosso novo e adorável lar.
Crato-CE, 8 de setembro de 2014.
23h51min
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