FRATERNIDADE?
...uma criança bate a porta de um abastado na noite de Natal:
- Tens ares de um conde!
Por quê não o sedes?
Tens pose de cristão
Por que não praticas?
Sois elegante como um conde,
Por quê não os imitas?
Pareces com um cristão,
Por quê não o sedes?
Pelo visto, a única miséria
Que te bateu na porta, ainda,
Foi tão somente a minha...
No estardalhaço frenético
de meus pequeninos dedos,
Sujos, pelo frio carcomidos,
Frágeis e trêmulos. Na certeza
De não permitires que se recolha
Os restos que te caem da mesa.
No repúdio de tua alma mesquinha
E coração insensível, ávidos estarão,
com o passar dos tempos, tuas sombras.
Mendigando calor do efeito das vinhas
Do sangue de uvas ou ervas daninhas.