COPA

COPA

Vejo cores

Todas distintas

Dando tintas

A sonhadores

Entre povos

Distintos

Brancos, amarelos

Vermelhos, retintos

A pugna

É por bolas na rede

Por pés disparadas

E não balas

Que enchem valas

Não há armas engatilhadas

Mãos ensanguentadas

Pernas mutiladas

Vidas ceifadas

É acirrada a disputa

As vezes um filho da puta

Uma falta, um empurrão

Um pênalti, uma bola na mão

Mas a derrota é decretada

Numa invasão orquestrada

E um grito de gol bem gritado

Define o derrotado

A guerra se encerra

Em 90 minutos

E entre mortos e feridos

Salvam-se todos

Não há luto

Tomara todas as batalhas

Pudessem ser assim

Sem mortalhas

A seu fim

Que o prêmio

Fosse apenas a taça

Sem sangue

E o bang bang

Na raça, não passasse

De fumaça

De fogos de artifício

Ao encerrar-se o ofício

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 21/06/2014
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