ESTAREI CEGO?
Estarei mesmo cego,
Ou será apenas impressão
E as coisas que não vejo,
Não existem mesmo?
Sensação a minha de já não ver,
Deixa-me a sofrer
Por sentir a desilusão
De que já não consigo ver,
Temo pelo meu coração.
Coração que bate acelerado,
Quer fugir, está assustado,
Por já não ver como via,
Se cegou, ele não previa.
Não há coração como o nosso,
Vive connosco em alvoroço,
De tanto bater em falso,
Põe minha cabeça no cadafalso.
Tão cego estarei da vista,
Como fraco do coração,
Só me resta a esperança
De viver com abastança.
Sem me abster de nada
Tudo me faz muita falta.
Ruy Serrano, 18.06.2014, às 01:20 H