Ilibar
Caia sobre o meu rosto
E leve embora todo esse dissabor
De uma vida vivida
E sofrida.
Arranque da carne as marcas
Lave, limpe e as leve
Desfarce os rastros
Dilua essa dor nas águas
Empoce num vale.
Leve os amores antigos
Não correspondidos
Incompreendidos
E me faça esquecer, por favor
Que um dia eu senti o que era amor.
Me renove, me encharque
Nesse cais de desilusão a angústia minha alma absorve
Chuva faça de mim um recipiente das novas águas
E que minha dor então transborde.
Renovo minhas buscas
Recompondo minhas forças
Livro - me daquilo que me envenena
E que sequem as amarguras naquilo que resta das poças.
Livre e leve sentirei-me
Distante dessas recordações
Tristeza e raiva deixo para trás
E assim encontro a paz.