MINHA PRISÃO PELAS LIBERDADES
Não te chamo pelo nome, sobrenome ou codinome
Quero que tenhas paz em sua morte
E não sejas citada em vão
Pela intransigência dos teimosos
Seria demasiada insensibilidade
À mera permissividade de associá-la a mim
Pois não me recordo de uma única vez
Em que o amor nos livrou de ferir
Ou de sermos feridos por quem amamos
E é também por isso que não quero cometer os erros
Dos desconscientizados que nos trouxeram até aqui
Pois se concebermos outro ser humano
Para esse mundo doente e deturpado
Será a prova irrefutável da nossa desumanidade
Pois não há nada nesse ambiente hostil
Que possa conservar a pureza e a sensibilidade
Por isso estou me aprisionando em palavras
Ao mesmo tempo em que libertarei
Aqueles que nunca poderão lê-las