NOVA ERA

Quando olho o céu

Vendo-o todo azul...

Lembro-me que ele escurece

Ao chover em escarcéu...

Simplesmente quando anoitece...

Inda bem que eu me lembro

Este sol antecedendo

Belas manhãs nas madrugadas

Frio orvalho humedecendo

Pranto no fim da lua de prata...

Vem despede-se da noite sua

Lua nua, alva e calada...

Abre-se uma nova estrada

Para o carro do sol passar...

Tudo passa... E tudo é nada...

Mas, a flor que exala, fala

D'um botão bem simples que era

Entre espinhos maus e quimeras

Rosa eterna do bem será...

Toda vida sofre por quê?

Voz que indaga no coração

Sofre porque nada ele vê

Em ilusão e desilusão...

Olha, pois, que tudo brilha

Infinita bilha que derrama

Raio dourado ao mundo ama

Cada filho e cada filha...

Sob a cúpula azulada

Nosso mundo vai sofredor

Gira sempre assim iluminado

Em luar com véu estrelado

Em pitadas longas d'amor...

Coração no peito espera!

Cala a dor, ó mente demente

Pois, da mutilada semente

Surgirá luzente a nova era...

Flor d'um mundo regenerador...!

Autor: André Pinheiro

06/05/2014