EXISTÊNCIA
No ardor do clarão a pedra fumegante,
E o justiceiro lambido esfogueado,
Desce o degrau do infortúnio e galga,
A galope o majestoso cume acinzentado.
Timidez do relâmpago que se apaga,
Não propaga o fogo desalento e então,
No esquecimento a labareda se esvai,
Sai do olhar do indivíduo com emoção.
Singelo calor que tremula no horizonte,
Ânimo pequeno quer amarelar a tez,
Cruz Onipotente deixa viver segura a mão,
Leva além de quem cobra de si o que fez.
Rasgado amor agora deslizante ao mel,
Segura o sentimento atento e permite,
O coração abrir janelas para o ar entrar,
Preguiçoso sangue sobe e desce sem limite.
Receptáculo do sofrimento vira e cura,
O tom da existência dor, mas densa de querer,
No clamor do sino que tange forte e triste,
Sente o vento balançar o badalado do seu ser.