EXISTÊNCIA

No ardor do clarão a pedra fumegante,

E o justiceiro lambido esfogueado,

Desce o degrau do infortúnio e galga,

A galope o majestoso cume acinzentado.

Timidez do relâmpago que se apaga,

Não propaga o fogo desalento e então,

No esquecimento a labareda se esvai,

Sai do olhar do indivíduo com emoção.

Singelo calor que tremula no horizonte,

Ânimo pequeno quer amarelar a tez,

Cruz Onipotente deixa viver segura a mão,

Leva além de quem cobra de si o que fez.

Rasgado amor agora deslizante ao mel,

Segura o sentimento atento e permite,

O coração abrir janelas para o ar entrar,

Preguiçoso sangue sobe e desce sem limite.

Receptáculo do sofrimento vira e cura,

O tom da existência dor, mas densa de querer,

No clamor do sino que tange forte e triste,

Sente o vento balançar o badalado do seu ser.

Zastra
Enviado por Zastra em 22/03/2014
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