CONTAR OU NÃO CONTAR, EIS A QUESTÃO

“Aos poetas angustiados I”

Tudo na vida tem um ritmo certo

Quer se queira ou quer não

Contar as sílabas, fazer acerto,

Contar os versos e com diligência

Quer se queira ou quer não

É da bela Poesia a sua essência.

Na excelsa Natureza há um horizonte

Conforme a intenção

O acto de criar refaz a fonte

Em todos os seus passos que há-de dar

Conforme a intenção

Cada verso é objecto para contar.

Toda a pessoa humana é renascida

De jeito natural

As palavras recontam-lhe uma vida

Marcando os toques do entendimento

De jeito natural

Organizando o espaço e o seu tempo.

Uma coisa, um evento, têm nexos

No tempo que compete

Há sempre espaço pra contar os versos

Nem complica a intenção nem é dilema

No tempo que compete

Revelando-se assim um novo poema.

Contar ou não contar, eis a questão

Até mesmo p´ los dedos

Faz mérito e aprende-se a lição

Se houver que acertar uma estrutura

Até mesmo p´ los dedos

Faz boa poesia e faz cultura.

Poeta, que te sentes angustiado,

No escuro labirinto

E te vês inseguro e bloqueado

Não entres em negócio de ilusão

No escuro labirinto

E segue a tua própria convicção!

Frassino Machado

In RODA-VIVA POESIA

FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 21/03/2014
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