CONTAR OU NÃO CONTAR, EIS A QUESTÃO
“Aos poetas angustiados I”
Tudo na vida tem um ritmo certo
Quer se queira ou quer não
Contar as sílabas, fazer acerto,
Contar os versos e com diligência
Quer se queira ou quer não
É da bela Poesia a sua essência.
Na excelsa Natureza há um horizonte
Conforme a intenção
O acto de criar refaz a fonte
Em todos os seus passos que há-de dar
Conforme a intenção
Cada verso é objecto para contar.
Toda a pessoa humana é renascida
De jeito natural
As palavras recontam-lhe uma vida
Marcando os toques do entendimento
De jeito natural
Organizando o espaço e o seu tempo.
Uma coisa, um evento, têm nexos
No tempo que compete
Há sempre espaço pra contar os versos
Nem complica a intenção nem é dilema
No tempo que compete
Revelando-se assim um novo poema.
Contar ou não contar, eis a questão
Até mesmo p´ los dedos
Faz mérito e aprende-se a lição
Se houver que acertar uma estrutura
Até mesmo p´ los dedos
Faz boa poesia e faz cultura.
Poeta, que te sentes angustiado,
No escuro labirinto
E te vês inseguro e bloqueado
Não entres em negócio de ilusão
No escuro labirinto
E segue a tua própria convicção!
Frassino Machado
In RODA-VIVA POESIA