Após a chuva...
Depois de tantas marcas
pode ser que cante,
pode ser que possa
buscar algo em mim.
Que não foi perdido
entre noite e dia,
que veja o princípio
do que já foi fim.
Pode ser que agora
no fundo de tudo,
olhe-me no espelho
e o que queira ser
Possa estar num gesto,
numa só palavra
em um "que" que nunca
precise perder.
Se juntei-me um dia
em espaços vazios
pra dizer-te o muito
que teu rastro fez,
Juntar-me-ei um dia
da mesma maneira
apagando tudo
e tentando outra vez.
(G.C.F. - Belém, 05/11/97)