Os Tons das Rosas
Final de tarde, o sol se põe, olhos ardem e a boca resseca,
As mãos do mestre continuam revirando o solo e o suor adubando.
As homenageadas são as rainhas, que exuberantes reinam plenas,
As rosas, aquelas que todos admiram, surgem sem eira nem beira,
Com seu encanto, exibindo vaidosas, todos os seus tons.
Se é amarela, é adepta de Platão, se fôr vermelha, é rubra de paixão.
Eis que surge a branca, marca da inocencia e a azul, simbolo da busca,
Depois surgem as misturas, e com elas a saudade e a harmonia.
Assim o mestre, que ama a todas, sem preferencias, ou favoritismo,
Colhe uma a uma e as prepara para reverenciar uma suave dama.
Com a noite vem o orvalho, e as rosas se rendem às carícias,
A branca se envolve com luz do luar e se torna prateada,
A vermelha projeta seus tons nas sombras da noite anunciando a paixão,
E nesse bailado de cores e tons, Morfeu surge nos sonhos.
Noite adentro, as rosas se falam, os amantes as ouvem enebriados,
Frases são ditas, olhares são trocados, gestos simulam bailados,
E as rosas, com seus tons e aromas, se entreolham encabuladas,
Como testemunhas silenciosas, de um espetáculo divino anunciado.
Rog.
Noite de 14/3/2014