SURPRESAS
Adormeci deserto
Incerto, árido, caudaloso.
Sono inquieto, vento fatigante
me arranhando a face
tempestade de solidão!
Á minha frente só sequidão,
Sem festas nem riso.
Medo, frio, sede de alegria...
Mais eis que desperto mar azul!
Céu ensolarado, brisa terna e doce
a acariciar minha pele.
Eu, outrora peregrina no deserto, agora
navegante num barquinho em meio a um oceano
de calmaria, ventos alísios e um amor
que me toca a alma.
Eis que a vida se abre em surpresas!
Há sempre uma ponte entre o desespero
e a esperança.
ELISA FLOR