Redenção

Na soturna face onde aportava a amargura

Acumula-se hoje a leveza da tua doçura

No olhar o brilho de mil sonhos empilhados

Nos lábios, do amor teu, o gosto adocicado

Dentro das minhas mais pungentes agonias,

Nas frias catedrais de uma existência vazia...

À iminência da tua chegada, desmaia a treva

Com estrépito a alma, de ternura, se enleva

Meus versos, antes baças lagoas de dolência,

Corrompidas parcelas da minha essência,

Mortos lírios, de acre perfume, em minhas mãos

Beijados pelos versos teus, são minha redenção...

Enquanto lágrimas queimaram-me as retinas

O olor de vivas flores corroeu-me as narinas

Debateu-se no meu peito um lasso coração

O amor afagou-me a face, levou-me pela mão.

Sil Castilho
Enviado por Sil Castilho em 11/03/2014
Código do texto: T4724158
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