VIVAS ESPERANÇAS
Perdi-me no caminho, não encontro a direção
Certa, passei por rotundas, ruas e alamedas,
Não sei onde estou nem sequer pra onde vou,
Entrei num bosque, onde são apenas veredas,
Acabei por desanimar, ninguém me encontrou.
Ainda alimentei o desejo d'alguém me achar,
Apenas vi ruas desertas, jardins sem flores,
Árvores sem folhas, bancos do jardim vazios,
Namorados separados por seus desamores,
E eu, sentindo-me abandonado, sem motivos.
Motivos tenho ainda para desfrutar da vida,
Não sou velho, estou somente algo usado,
Quando derramo lágrimas, deixo-as correr,
Vão ter à minha amada terra, ao rio suado,
A que fico muito agradecido por as recolher.
Sei que não devo perder vivas esperanças
De ter inda tempo de escrever bela poesia,
Dar a conhecer os melhores sentimentos
Guardados desta vida, por mim, e vivida
Até ao limite da vida, sem ressentimentos.
Ruy Serrano, 04.03.2014, às 16:00 H