GRAÇAS A DEUS FOI MÃE D'ÁGUA

Trata-se de um teste com minha Fé

ou foi mesmo um castigo comigo?

Prefiro acreditar que isto não é!

Inundaram meu abrigo:

Uma ducha nova que me trouxe vício

rompeu enquanto fui ao cinema

em breve interstício

Me senti um personagem do filme: um panema:

A água jorrava pela escada e outro dia o carro deu o velho problema

Olhei pra Dudu e o rosto todo era edema

Respirava como se no pulmão morasse Seu Efisema

Mas foi então que parei com tanta confusão

Lembrei logo que sou pecador e tenho minha cota de punição

Recebi sim meu carão, mas

de uma Mãe D’Água que bravamente defumou minha casa

Se tinha inveja sucumbiu

Se algum olho grande protestava

pelo ralo se esvaiu

Mas não rogo por devolução a quem me deu

Fui plebeu

Reconheço o olho grande de um pobre como eu

Mas temo a Deus

É Dele que jorra a Água da Sabedoria

e inteligência pra transformar a maldade em Poesia:

A inveja é uma cobra venenosa

E tem gente invejosa por escolha do oficio

que não busca um tratamento antiofídico

A minha vida não é minha

A tua não é tua

A dele não é dele

e nem nossa

Pertence a outra Senhora

A que sempre me socorre

Sou fã da Intercessora nas Bodas de Caná

Lá o último vinho servido virou manjar

Até amanhã, Maria novamente intercederá

E Jesus, um filho obediente, os elevadores vai consertar

sem que precisemos quinze mil reais desembolsar...

Paulo Furtado
Enviado por Paulo Furtado em 13/02/2014
Código do texto: T4690193
Classificação de conteúdo: seguro