Rosa Céu

Messias descalçado

Barba desfeita e desleixado

Tua verdade soa mentirosa

Entreouvidos como falsa prosa

O certo tem parentesco com o errado

- Chorou o bezerro desmamado -

Se pintasse o céu de rosa

Tua língua pareceria mais vistosa

Vista um terno engomado

Arrasta-o no solo infértil e desalmado

Brinda com ouro à prenda generosa

Ver-te-ão, assim, como alma caridosa

Revira o enfermo passado

Redesenha o futuro fadado

Clareia a escura assombrosa

Converta numa risada gostosa

E então, celebraremos os filhos perdoados

Perdoaremos os primos atrasados

Despencará a sina ociosa

Se apaixonarmo-nos pela promessa esperançosa