A Gente Arruma...
E se lá na frente continuar
A me lembrar de você
E ainda chorar
Ou precisar me conter?
E se a gente guardar
Tudo em um canto da mente?
Cada vez que dissemos nos amar...
Cada beijo ardente...
Cada mimo e esforço
De uma moça e um moço,
Que não seriam mais nós,
Tão mais cheios de nós;
Talvez divergindo mais radicalmente,
Mas sem saber o que o outro sente...
Que haveria de esperança
Já tão longe da criança?
Longe da juventude,
Com ossos e músculos sem atitude...
Será que nada valeu a pena?
Não vale mais tentar de novo?
Não quer mais ver a última cena?
Jogar tudo ao corvo?
Não tentar me corrói,
Me consome e destrói.
Não quero tóxico seu lugar em mim...
Queria, juntos, arrumar.
Poderíamos fazer assim
E continuar a amar.
A gente arruma...
Você em mim e eu em você,
Pega as sementes, uma a uma,
Beija e deixa crescer...