À criança em mim
Que há de ser feito, agora que reluzem
Esses meus olhos que voltaram a sangrar
palavras leves, rimas poucas que traduzem
sete longos anos de dores engasgadas
São tantas horas frias nessa estrada
tantos abraços que se foram sem saber
qual a razão das muralhas, dos piquetes
das discussões pela metade, sem porquê
E o menino em mim queria tanto gritar
Sonhava em silêncio com a liberdade
e tanto tinha a dizer, a me ensinar
“que viver é bem mais que querer ver o tempo voltando”
Nas asas de sonhos incompreendidos
voei pr’onde tudo é possível e compreendi:
Aquele que parte se esvai, mas permanece,
e jamais nessa vida poderei negar que vivi.