À criança em mim

Que há de ser feito, agora que reluzem

Esses meus olhos que voltaram a sangrar

palavras leves, rimas poucas que traduzem

sete longos anos de dores engasgadas

São tantas horas frias nessa estrada

tantos abraços que se foram sem saber

qual a razão das muralhas, dos piquetes

das discussões pela metade, sem porquê

E o menino em mim queria tanto gritar

Sonhava em silêncio com a liberdade

e tanto tinha a dizer, a me ensinar

“que viver é bem mais que querer ver o tempo voltando”

Nas asas de sonhos incompreendidos

voei pr’onde tudo é possível e compreendi:

Aquele que parte se esvai, mas permanece,

e jamais nessa vida poderei negar que vivi.

Luiz Otávio Esteves
Enviado por Luiz Otávio Esteves em 02/02/2014
Código do texto: T4674490
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