Desaprendendo

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Desaprendendo

Aprendemos a nos amar sem nenhum toque.

Seria muito bom sentir o arrepio do teu corpo...

Por ora, o que me arrepia é a solidão da noite.

Aprendemos a sentir o tempo certo um do outro.

Nunca encontraremos tempo para estar a dois?

Somos vozes que cruzam madrugadas, insones.

Aprendemos a entender o tempo, um do outro.

Diante das recalcitrantes incertezas e fugas,

as impaciências e intolerâncias nos afastam?

Aprendemos a sentir prazer até quando brigamos.

Não aprendemos a sentar juntos, jogar conversa fora?

As migalhas do acessório estão nos tirando o principal.

Aprendemos a fazer promessas, rapidamente descumpridas.

Não cumprimos o sonho que sempre nos escapa?

Somos mentirosos quando fugimos de nós dois.

Aprendemos a duvidar de tudo, de todas as regras.

Desaprendemos a entender o significado da angústia?

Esta noite, especialmente, por estar sozinho, não dormirei.

Aprendemos a desaprender, infeliz desapego.

Não desaprendemos aquilo que se tornou essência...

Não foi hoje, ainda, que meu corpo descobriu o teu.

Nijair Araújo Pinto

Iguatu-CE, 20 de janeiro de 2014.

23h02min

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Nijair Araújo Pinto
Enviado por Nijair Araújo Pinto em 21/01/2014
Reeditado em 26/10/2015
Código do texto: T4658035
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