Desaprendendo
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Desaprendendo
Aprendemos a nos amar sem nenhum toque.
Seria muito bom sentir o arrepio do teu corpo...
Por ora, o que me arrepia é a solidão da noite.
Aprendemos a sentir o tempo certo um do outro.
Nunca encontraremos tempo para estar a dois?
Somos vozes que cruzam madrugadas, insones.
Aprendemos a entender o tempo, um do outro.
Diante das recalcitrantes incertezas e fugas,
as impaciências e intolerâncias nos afastam?
Aprendemos a sentir prazer até quando brigamos.
Não aprendemos a sentar juntos, jogar conversa fora?
As migalhas do acessório estão nos tirando o principal.
Aprendemos a fazer promessas, rapidamente descumpridas.
Não cumprimos o sonho que sempre nos escapa?
Somos mentirosos quando fugimos de nós dois.
Aprendemos a duvidar de tudo, de todas as regras.
Desaprendemos a entender o significado da angústia?
Esta noite, especialmente, por estar sozinho, não dormirei.
Aprendemos a desaprender, infeliz desapego.
Não desaprendemos aquilo que se tornou essência...
Não foi hoje, ainda, que meu corpo descobriu o teu.
Nijair Araújo Pinto
Iguatu-CE, 20 de janeiro de 2014.
23h02min
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