Meu Ser Senzala
Plácido Pensar
Teoria Literária: T4645571
(Diasíncrofo)
Meu mundo afeito paraíso infernal...
Contraditório como a certeza dos dias incertos!
Vossa mercê, meu tetra avô dizia,
Na senzala a apodrecer:
“- Dá-me bálsamo, nega azulada fria,
Para poer no meu entardecer! ".
Meu amigo Camões, ajude-me!
O que há com este mundo sepulcral?
"Cá nesta Babilónia, donde mana
Matéria a quanto mal o mundo cria;
Cá, onde o puro Amor não tem valia,
Que a Mãe, que manda mais, tudo profana..."
Que eu veja um mundo que nada cria;
Recria; desfaz; toma; assassina;
Rouba; esconda em mãos vazias...
Que eu encontre o mundo do nunca,
Azul celeste, inundado de esplendor:
Um mundo fabricante de Amor!